Integrada apoia a Campanha de Conscientização do Autismo 2023 

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi estabelecido em 2 de abril de 2007, pela Organização das Nações Unidas (ONU), como forma de difundir conhecimento sobre o espectro autista e de luta contra o preconceito. 

Falar sobre TEA (Transtorno do Espectro Autista) tem se tornado mais frequente apenas nos últimos anos. Reconhecidamente como um distúrbio do neurodesenvolvimento, o autismo se caracteriza pelo desenvolvimento atípico, como dificuldades na fala e na interação social, comportamento repetitivo, sensibilidade excessiva a sons, falta de contato visual, entre outras atitudes que fogem do padrão típico de uma criança.  

Como forma de levar conhecimento à população, uma campanha anual, liderada pelo vereador e presidente da Câmara Municipal de Londrina, Jairo Tamura, envolve os moradores da cidade durante o mês de abril.  

A Integrada, tradicionalmente, apoia a iniciativa, com ações voltadas para colaboradores, cooperados e parceiros. Durante todo o mês, a fachada da Matriz, localizada no centro de Londrina, estará iluminada em azul, cor estabelecida para representar o espectro. Os colaboradores foram convidados a usarem azul e também convidados para palestras com especialistas. Todos foram impactados com banners nas recepções da Matriz e Regional Londrina e conteúdos esclarecedores nas redes sociais e canais de informação da Integrada, como o blog Integrada News e a Integrada em Revista.  

“O trabalho desenvolvido pelo nosso cooperado, Jairo Tamura, foi abraçado pela Integrada. Temos um compromisso com nossos colaboradores, associados, as famílias deles e a sociedade onde a cooperativa atua, e esclarecer sobre o autismo é fundamental para uma comunidade consciente e sem preconceitos”, explica Jorge Hashimoto, diretor presidente da Integrada.   

Jairo Tamura, é um mobilizador de ações de conscientização sobre o autismo, e autor de diversas leis que estão em vigor em Londrina. Entre as medidas vigentes estão o atendimento preferencial de pessoas com transtorno espectro autista em estabelecimentos comerciais, a obrigatoriedade de que 2% (dois por cento) dos carrinhos de compras dos supermercados e estabelecimentos comerciais sejam adaptados às pessoas com deficiência e também às pessoas diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista. 

Vagas de estacionamento em shoppings, mercados e espaços públicos, e a aplicação de Testes de Triagem do Autismo em todas as crianças que forem atendidas nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), também fazem parte das normas que devem ser seguidas em Londrina. 

Jairo Tamura – pres. Câmara Municipal de Londrina

“Conseguimos também, em 2021, estabelecer prazo indeterminado para os laudos médicos, oferecendo mais tranquilidade aos pais de crianças autistas. No ano passado, aprovamos a emissão do cartão municipal de identificação para pessoas com TEA, e a autorização de entrar em qualquer ambiente de uso coletivo acompanhado do cão de assistência”, explica Tamura. 

A Campanha de Conscientização do Autismo 2023 já realizou palestras, sessões de cinema adaptadas para as crianças com autismo e encontros no Aterro do Lago Igapó, com oficinas lúdicas, distribuição de pipoca e algodão doce, apresentações, serviços de saúde e beleza, e sorteios de brindes.  

Ao todo, 44 empresas londrinenses apoiam e participam da campanha. “Queremos que estas dinâmicas estejam voltadas para a educação e conhecimento. Muitas famílias não sabem o que é autismo. Nosso objetivo é ajudá-las e levar a estas crianças uma independência para que se tornem adultos felizes e realizados. Por isso, o diagnóstico é importante para que possam estar inseridos na sociedade de forma tranquila”, esclarece Tamura. 

Convivendo com o Autismo 

Pietro, de 9 anos, passou por muitas mudanças no último ano. A rotina da escola, dos irmãos e familiares, da terapia e dos lugares onde costumava se divertir em Londrina (PR), deu espaço para uma nova aventura em Bragança, Portugal. E aventuras e mudanças não são muito bem administradas para crianças autistas.  

Os pais, o administrador Lucas Mendes e a estudante Mariana Jardinette, contam que a transição não foi muito fácil, mas o Pietro manteve o bom desenvolvimento e está aprendendo a lidar com a saudade. 

“As terapias ajudaram muito, e a evolução do Pietro após o diagnóstico e acompanhamento especializado, foi surpreendente. A gente fala que era uma criança antes da terapia, e outra depois”, explica Lucas.  

Mariana conta que Pietro nasceu prematuro, com sete meses, e conforme foi crescendo, os pais percebiam um atraso na fala, no andar. Mas a demora no desenvolvimento era sempre remetida a prematuridade. “Nossos pais falavam que era normal, que iria demorar um pouco mais mesmo. Só que a prematuridade começou a demorar demais para passar”, relembra Mariana. 

Ela atuava como auxiliar de educação especial no COL, o Centro Ocupacional de Londrina, mantenedor da Escola de Educação Básica Especial, especializada em dar suporte para pessoas com deficiência intelectual e do Transtorno do Espectro Autista (TEA).  

Após passar por alguns especialistas de outras instituições, o casal resolveu buscar o auxílio da equipe multidisciplinar do COL. Realizaram diversos exames e, após análise dos relatórios dos profissionais de saúde, Pietro foi diagnosticado.  

“A neurologista nos explicou com detalhes tudo sobre o autismo, fazendo as conexões com o comportamento do Pietro.  E como o diagnóstico veio rápido, quando ele era pequenininho, as sessões de terapias e o acompanhamento foram fundamentais para a evolução do desenvolvimento dele”, aponta Mariana. 

A mudança para Portugal foi um recomeço, conta o casal, porque o atendimento a crianças com autismo é diferente do Brasil. Lucas e Mariana fazem parte da direção da Associação de Pais da Escola, e buscam melhores condições de suporte e inclusão. “As escolas daqui possuem psicólogos e fonoaudiólogos, mas não há um professor de apoio em sala. Essa é a nossa luta”. 

Conscientização e combate ao preconceito 

Desde 1985, O COL – Centro Ocupacional de Londrina, oferece suporte para pessoas com deficiência intelectual e com o transtorno do espectro autista. Fundado por familiares e profissionais da saúde numa época em que muitos desconheciam o TEA, o COL foi precursor não só no tratamento, mas na conscientização da população sobre o autismo. 

A psicóloga clínica Tayla Manccini, especialista em saúde mental, trabalha há seis anos no Centro, onde são atendidos 238 alunos. Além de professores especialistas em educação especial, uma equipe multidisciplinar de saúde, conveniada ao SUS, faz o acompanhamento e tratamento das crianças.  

Tayla Manccini – psicóloga clínica do COL

“Aqui no Centro temos a participação ativa das famílias, que, além de acompanhar as atividades dos filhos, atuam como multiplicadores de informação e conhecimento sobre o autismo”, explica Tayla. 

Tayla esclarece que o autismo não é uma doença, e por isso não tem cura. Trata-se de uma condição de vida, que afeta como a pessoa percebe o mundo ao seu redor. “Os autistas são pessoas diferentes, e isso não significa que são incapazes. Eles têm habilidades únicas e podem contribuir positivamente com a sociedade, se receberem apoio e compreensão”, aponta a psicóloga. 

Com o avanço da ciência, o diagnóstico tem se tornado mais preciso e muitas pessoas adultas estão descobrindo a razão por terem vivido de uma maneira singular. De acordo com a estatística do CDC – Center of Deseases Control and Prevention – instituição americana, a cada 110 crianças, uma tem autismo. Em todo o mundo, estima-se que existam 70 milhões de pessoas no espectro, afetando a maneira como estes indivíduos se comunicam e interagem.  

“O diagnóstico precoce possibilita maximizar a independência dessas pessoas e alcançar todo o potencial que são capazes. Para isso é essencial a inclusão, compreensão e aceitação, valorizando as diferenças e proporcionando um ambiente de respeito e apoio para que elas possam viver plenamente”, finaliza Tayla.