O Greening, também conhecido como Huanglongbing (HBL), é a doença mais destrutiva e ameaçadora da cultura de citrus no Brasil. A planta, infectada pelas bactérias transmitidas por um inseto chamado Psilídeo Diaphorina Citri, sofre uma grande queda de produção, e com o tempo, vai definhando até não produzir mais.
A transmissão da doença de uma árvore infectada para outra é muito rápida, pois o Psilídeo, ao se alimentar de plantas contaminadas, dissemina as bactérias em todo o pomar e áreas vizinhas. Por isso, o controle desse inseto é a estratégica para frear a doença.
Uma alternativa biológica de controle do greening tem sido utilizada diante de alguns casos de resistência a inseticidas ou mesmo áreas de pomares abandonadas: a Tamarixia radiata, uma vespinha inimiga natural do psilídeo. Ela deposita os ovos embaixo das ninfas do psilídeo, que servem de alimento para as larvas da vespinha.
Para fomentar o controle biológico do greening, o IDR-PR, Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, iniciou pesquisas e criação da Tamarixia nas instalações de estufas e laboratórios em Londrina (PR).
A Integrada é parceira do IDR – PR, alinhando pesquisa e ações no campo como forma de oferecer aos cooperados mais uma alternativa de manejo sustentável da doença.
Liderada pelo pesquisador Humberto Godoy Androcioli, a pesquisa realizada no norte do estado implementou o processo de reprodução da Tamarixia, que passa pela manutenção de plantas (da espécie Murta) hospedeiras do psilídeo, servindo de alimentos para as larvas da T. radiata.
Por mês, os pesquisadores irão fornecer 15 mil vespinhas para serem soltas nas áreas de laranja da Integrada. Atualmente, a cooperativa possui 97 cooperados que mantém pomares em mais de 2.000 hectares nas regiões de Arapongas, Assaí, Bandeirantes, Cornélio Procópio, Londrina, Mauá da Serra e Uraí.
De acordo com o gerente técnico da Integrada, Wellington Furlaneti, a parceria é fundamental para estreitar soluções de tecnologias desenvolvidas pelos pesquisadores e desenvolvimento com rentabilidade e sustentabilidade para os cooperados. “Temos parceria com a Instituição em outros projetos, como é o caso do complexo do enfezamento do milho, no combate a cigarrinha. Agora, com esse combate biológico do greening, pretendemos passar mais segurança aos produtores e incentivar o cultivo da laranja em outras regiões de atuação da cooperativa”, explica Furlaneti.
Para o gerente de pesquisa do IDR-PR, Pedro Antônio Martins Auler, a continuidade do trabalho de controle do greening, por meio da reprodução da Tamarixia, depende de parcerias com o setor produtivo.
“Sem as empresas privadas e sem as cooperativas, não teríamos condições de manter a estrutura de reprodução das vespinhas. E esse controle biológico do greening é fundamental para estimular o crescimento de citrus no estado”, aponta Auler.
A reunião que estabeleceu a parceria teve ainda a participação de integrantes da diretoria do IDR-PR e dos agrônomos especialistas em citrus da Integrada: Fernando Agudo, Carlos Aravechia e Everton Schreider.