Com receitas cheias de memórias e encontros com propósito, os Núcleos Femininos da Integrada transformam a culinária e a solidariedade em ferramentas de fortalecimento e união
Quando ouvimos falar em núcleo feminino, é comum imaginar um grupo de mulheres reunidas para conversar, fazer novas amizades e participar de atividades diferentes. Mas, em Mauá da Serra, essa ideia vai muito além.
Ali, os encontros mensais são mais do que momentos de descontração. São espaços onde o conhecimento surge ao lado da amizade “fazemos muitas amizades, sim, mas também falamos do que acontece nas nossas lavouras, discutimos o preço dos grãos, o mercado. Nossas reuniões são muito mais do que apenas uma conversa”, explica Elizabeth Uemura, a Beth, coordenadora do Núcleo Feminino de Mauá da Serra.
Neste ano, o grupo escolheu um tema especial para guiar suas atividades: o resgate da cultura japonesa por meio da culinária “vamos ter mulheres ensinando receitas que, com o tempo, foram ficando esquecidas. Hoje, muita gente, principalmente os jovens, prefere comprar tudo pronto. Mas, para comprar, alguém precisa fazer, não é mesmo”, diz Beth, entre risos.
A proposta é criar uma programação de aulas ao longo do ano, valorizando o talento culinário de muitas participantes e incentivando a troca de conhecimento “assim, garantimos também que todas estejam presentes nas reuniões”, completa. O primeiro prato a ser preparado será o Nikuman, uma massa macia, cozida no vapor, recheada com carne e legumes “é delicioso, mas hoje em dia quase ninguém conhece”, conta Beth, entusiasmada com a ideia de manter viva as tradições da culinária japonesa.
O objetivo é fortalecer ainda mais o grupo e abrir espaço para que outros Núcleos Femininos da Integrada participem das oficinas em Mauá da Serra, tornando essa experiência ainda mais rica e compartilhada.
Beth Uemura coordena o Núcleo Feminino desde a sua criação, há cerca de 7 anos. Para ela, as atividades trouxeram mudanças importantes “a Integrada trabalha muito auto estima da mulher. As oportunidades estão aí, é só querer abraçá-las”, afirma.
O grupo de Mauá da Serra é formado por 15 mulheres, que se destacam também no trabalho solidário. Campanhas como a arrecadação de agasalhos e toucas de lã são realizadas periodicamente, com os itens destinados a um asilo de Marilândia do Sul. Um gesto simples, mas que faz diferença para quem recebe e também para quem doa.
Goioerê: União que transforma
Em Goioerê, a união é o traço mais marcante do Núcleo Feminino.
Segundo a coordenadora Vivian Miyata, quando uma mulher passa por algum desafio, todas se mobilizam para ajudar “somos um grupo de 20 mulheres muito unidas. Quando surge uma dificuldade, todas colaboram. Já realizamos vários cursos, participamos de palestras, fizemos muitas viagens. Tudo isso amplia nossa visão de mundo e traz muito aprendizado”, destaca.
Vivian participa do Núcleo há mais de 20 anos, dedicando sua trajetória ao incentivo de outras mulheres. Seu propósito é encorajar cada uma a sair da zona de conforto e buscar novos conhecimentos nas atividades promovidas pela Integrada “sou muito feliz com o que vivemos aqui. Cada encontro, cada atividade agrega muito para mim. O convívio com outras mulheres e o intercâmbio com os demais núcleos me fazem muito bem”, afirma.
Para este ano estão programadas palestras sobre saúde e bem-estar, cursos técnicos e confraternizações.
Santa Cecília do Pavão: Acolhimento em cada encontro
Em Santa Cecília do Pavão, a empatia e o cuidado com o outro são os sentimentos que inspiram as ações do Núcleo Feminino ao longo do ano “o núcleo é a minha vida. Me sinto realizada por ajudar outras mulheres a enfrentarem seus desafios. Somos como uma grande família”, afirma Sueli Estevam da Costa, coordenadora do grupo.
Durante a entrevista, Sueli se emocionou ao relembrar os 20 anos de história do núcleo, demonstrando o quanto esse trabalho representa para sua vida. Entre os relatos marcantes, ela destaca casos de mulheres que superaram a depressão com o apoio do grupo e outras que, mesmo enfrentando dificuldades familiares, encontraram no núcleo um espaço de acolhimento e força “elas compartilham suas dores e a gente oferece esperança. Isso fortalece ainda mais o vínculo entre nós”, diz.
Além do apoio emocional, o grupo desenvolve ações sociais importantes, como campanhas de arrecadação de agasalhos e a realização de cursos que promovem aprendizado e laços mais fortes entre as participantes.
As reuniões em Santa Cecília do Pavão têm um formato mais intimista: acontecem nas casas das integrantes, o que aproxima ainda mais o grupo e permite que os familiares acompanhem de perto o que é construído ali “nossa família acaba gostando das atividades. Meu marido me apoia muito porque vê a paixão que tenho por esse trabalho”, conta Sueli.
A cada mês, uma nova anfitriã recebe o grupo. Os encontros incluem rodas de conversa e, ao final, um jantar preparado com muito capricho, celebrando o momento de troca, amizade e companheirismo “estar todas juntas, em cada casa, é algo que nos faz muito bem. É mais do que uma reunião é um encontro que fortalece laços”, conclui.
Ao ler os relatos das coordenadoras dos Núcleos Femininos de Mauá da Serra, Goioerê e Santa Cecília do Pavão, Lígia Savioli, analista de relacionamento da Integrada, foi categórica “acredito estarmos no caminho certo. Cada atividade é planejada com muito carinho para que os núcleos femininos realmente façam a diferença. Nosso propósito é contribuir para que essas mulheres cresçam, se desenvolvam e se fortaleçam ainda mais”.









