Live Integrada – Mulheres no Agronegócio

Nesta quarta-feira (09), a agrônoma e facilitadora, Cássia Helena Borghi de Barros, fez uma apresentação muito abrangente sobre o reconhecimento do papel da mulher no Agronegócio.

O evento reforça a programação da Semana da Mulher na Integrada, junto com a campanha divulgada nas redes sociais e meios de comunicação interna, como homenagem da cooperativa à força, coragem e paixão da mulher pelo Agro, sentimentos que estão na essência da mulher.

O diretor secretário da Integrada, Sérgio Otaguiri, destacou o valor da presença feminina na Integrada, e o potencial das mulheres no segmento agro. “Prova é a produtora Lígia Mara Jung, que é capa da Revista Globo Rural deste mês de março, como exemplo de competência desenvolvida na cooperativa, até conquistar uma cadeira no Conselho Administrativo”.

A palestra foi virtual, e transmitida pelo canal da Integrada no YouTube. Cooperadas, filhas de cooperadas, e produtoras rurais de toda área de atuação da cooperativa, no Paraná e em São Paulo, marcaram presença.

Hoje, a Integrada tem 18 Núcleos Femininos ativos, com mais de 500 participantes.

Cássia relatou como desenvolveu a paixão pelo agronegócio, ao acompanhar o pai nas atividades de implantação das lavouras, colheita e resolução de assuntos financeiros, entre outros. “Meu pai me mostrou a importância da estrutura física da propriedade, mas também do capital humano, as pessoas que são responsáveis por tudo o que acontece nela”.

Essa visão ética foi a base da formação da profissional, e a ajudou a entender e respeitar a atividade rural. E, nesse processo, a participação da mulher, em um meio ainda administrado por homens, em uma porcentagem que atinge 80% do total dos 5 milhões de estabelecimentos rurais do Brasil. “Só 19% das propriedades são geridas por mulheres, porém, esse índice representa cerca de 30 milhões de hectares no país”, observou Cássia.

Na Integrada, as mulheres representam 20% dos cooperados, e outra boa parcela entre os colaboradores.

A especialista contou que o empoderamento das mulheres cumpre o item 5 dos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, uma série de propostas estabelecidas por mais de 190 países, como acabar com a pobreza, proteger o meio ambiente e o clima, e garantir que as pessoas, em todos os lugares, possam desfrutar de paz e de prosperidade. O item 5 propõe igualdade de gênero.

“No agronegócio, as mulheres são fundamentais, e não estão mais à sombra da figura masculina. Elas buscam capacitação para conhecer melhor seu negócio e garantir respeito. Por essa razão, sugiro que as cooperadas aproveitem os cursos e treinamentos oferecidos pela cooperativa”, aconselha Cássia. Ela acrescenta, “as cooperativas incentivam e promovem o trabalho feminino, por isso, é preciso aproveitar esse espaço e sugerir treinamentos e outras capacitações, como operação de maquinário, por exemplo”, propõe.

Desafios

Há outras boas notícias, como o fato do Ministério da Agricultura do Brasil ser dirigido por uma mulher, a ministra Tereza Cristina. No entanto, a especialista destacou que o caminho até uma convivência equilibrada na sociedade ainda depende de vários desafios.

“Na área trabalhista, 64% das mulheres ainda recebem salários menores do que colegas homens, na mesma função. Na área financeira, pelo menos 30% das produtoras rurais não conseguem acesso a crédito. São questões que precisam evoluir”, avalia Cássia Borghi.

A facilitadora reforçou que a mulher ainda enfrenta desafios profissionais e particulares, ao mesmo tempo. Precisa conciliar a profissão com os papeis sociais de mãe, esposa, dona de casa, as chamadas multitarefas. “Nesse sentido, é preciso educar os filhos para uma outra sociedade, mais justa, inclusive para as mulheres”, afirma Cássia.

Ela também propõe que as mulheres desenvolvam projetos em grupo. “Somos gregárias por natureza, ou seja, temos o instinto de trabalhar em grupo. Um grupo unido tem mais chances de garantir mudanças”.

A mulher também tem habilidades como a resiliência, a capacidade de administrar situações difíceis sem perder o controle, afetividade, empatia, responsabilidade, empreendedorismo. “São qualidades que podem se converter em vantagens, quando aplicadas de forma inteligente e estratégica”, diz Cássia. “Somos como antenas, que irradiam soluções e promovem a boa gestão, e, precisamos canalizar essas habilidades para que as transformações aconteçam”, finaliza a especialista.

Para o coordenador de cooperativismo da Integrada, Pedro Crusiol, “a mulher tem uma força gigante na cooperativa. Em 2021, 1% da safra do Brasil, foi colhida pela Integrada, e as cooperadas tiveram um papel fundamental nesse resultado”.

A analista de relacionamento, Lígia Savioli, acrescentou que “nos Núcleos Femininos há mulheres gestoras de várias faixas etárias. Todas estão buscando preparo para contribuir no processo de transformação na gestão das propriedades, e da própria cooperativa”.

Cássia Borghi lembrou de uma frase de madre Tereza de Calcutá, quando teve seu projeto de acolhimento diminuído por autoridades, “o meu trabalho é uma gota no oceano. Mas, sem essa gota, o oceano seria menor”.