O Jubileu de prata do cooperativismo

Há 25 anos um pequeno grupo de agricultores semeavam uma semente que traria importantes resultados. A Integrada Cooperativa Agroindustrial surgiu de uma necessidade, em um momento delicado para o sistema produtivo paranaense. Mas o empenho e a dedicação de cada cooperado e colaborador desse grupo construiu, dia após dia, safra após safra, um grande legado.

No final deste ano, a cooperativa finaliza mais um ciclo. No planejamento estratégico estabelecido em 2014, foi colocado como meta para 2020 um faturamento de R$ 4 bilhões. E, tudo caminha para a concretização desse desafio, proposto e aceito por cooperados e colaboradores.

Nesta edição da Integrada em Revista, o diretor-presidente da Integrada, Jorge Hashimoto, aborda os desafios e conquistas desses 25 anos de caminhada, além de esboçar os planos da cooperativa para o presente e o futuro.

1) Nesses 25 anos, quais foram as principais conquistas da Integrada?

São muitas. Mas, para mim, a maior conquista foi a confiança dos cooperados. Essa é a maior conquista da Integrada nesses 25 anos. Começamos do zero, com um grupo pequeno de cooperados que se tornaram uma grande família, que hoje conta com mais de 10 mil cooperados e 1.800 colaboradores. A união dos cooperados e colaboradores, somado ao comprometimento de todos, possibilitou que a Integrada conseguisse chegar onde está.

2) Houve momentos em que a força da união fez a diferença?

Essa união sempre esteve presente na vida da cooperativa. O maior patrimônio da Integrada são as pessoas, principalmente cooperados e colaboradores. A união tem proporcionado crescimento, inovação e um atendimento de qualidade aos associados. Isso ajudou na consolidação da nossa cooperativa.

3) A Integrada está terminando mais um ciclo, o que aprendemos com ele?

Desde o início, a Integrada se preocupou com a sustentabilidade de nossos cooperados. A questão da produtividade, por exemplo, sempre foi um motivo de atenção e uma das prioridades da nossa gestão. Queremos que essa sustentabilidade passe de geração para geração. Aprendemos, com este ciclo, que o relacionamento com o cooperado leva um direcionamento das ações. O crescimento da cooperativa é a consequência da confiança dos cooperados e o bom relacionamento que nós sempre buscamos, sempre em busca da excelência. Queremos que o cooperado sinta-se em casa dentro da cooperativa. E que ele consiga fazer todas as atividades que ele precisa. Nós aprendemos, também, que sempre precisamos buscar a melhoria nos nossos processos, sejam eles em todas as atividades que atuamos para conquistarmos bons resultados. Por meio da otimização e redução de despesas, podemos apresentar bons frutos no final de cada ano.

4) Esta pandemia nos deixa uma lição?

Acredito que é uma situação que ninguém de nós imaginávamos passar na nossa vida. Este isolamento, a rotina diferenciada no trabalho, na família, na vida social, é uma situação atípica. Tivemos que mudar totalmente e isso irá deixar muitas lições para todos nós, tanto como pessoa, quanto como organização. Desde o primeiro momento em que surgiu esta pandemia, criamos um Comitê de Risco, onde trabalhamos todas as providências que deveriam ser tomadas, no sentido de preservar o bem-estar de nossos colaboradores, cooperados, clientes e parceiros. Nesse período, todas as atividades na Integrada continuaram operantes, as nossas indústrias, o atendimento aos cooperados, o recebimento da produção, a entrega dos insumos e a assistência técnica, mesmo sem um contato mais próximo. As negociações e movimentações financeiras também continuaram sem nenhuma interrupção. As pessoas aprenderam a utilizar melhor a tecnologia tanto nas comunicações, quanto nas negociações. Mas todas as nossas atividades têm sido realizadas de forma criteriosa para evitar aglomerações. Na hora da entrega da produção, no recebimento, no carregamento dos insumos, tudo isso foi planejado. Essa disciplina, conseguimos graças à tecnologia, a compreensão e a confiança de nossos cooperados. Então, é uma grande lição em toda essa inovação que, no fim, resulta em uma ação positiva. Mesmo não sendo presencial, o bom relacionamento continua.

5) O que podemos esperar para o próximo ciclo?

Não pretendemos mudanças bruscas. Queremos preservar o que temos de bom na cultura da Integrada que preconizamos desde o início. Seriedade, transparência, bom atendimento e busca por melhorias contínuas nos processos, são algumas delas. Queremos que a Integrada seja cada vez mais competitiva para melhorar continuamente o atendimento aos cooperados e ampliar os negócios que fazem sentido para a cooperativa e para os cooperados. Este novo ciclo do planejamento estratégico para cinco anos, queremos identificar todos esses pontos para que possamos apresentar aos nossos cooperados o rumo que pretendemos seguir neste próximo ciclo. Esperamos ter um ciclo de desenvolvimento com solidez, sempre pensando em criar valor para os nossos cooperados. Queremos fortalecer a nossa industrialização, que a exemplo do Projeto Sucos, traz diversificação de renda para os nossos associados. Que possamos crescer ainda mais. Mas a nossa prioridade neste ciclo ainda está na melhoria das estruturas de recebimento da produção, pois a produtividade tende a ser cada vez maior. Por isso, temos o objetivo de agilizar o recebimento.

6) Como a mulher vem se destacando no agro? Como é a participação feminina na Integrada? (Conselho Administrativo, Núcleos Femininos, Cooperadas e Colaboradoras)

As mulheres estão cada vez mais atuantes no agronegócio. Para começar, temos uma ministra na pasta da agricultura (Tereza Cristina) guerreira, que está defendendo muito bem os interesses de nossa atividade, com bastante competência. Na Integrada, 20% do nosso quadro social é composto por mulheres. De mais de 10 mil associados, cerca de 2 mil são mulheres. Elas estão participando cada vez mais no dia a dia dos negócios e da Integrada. É bastante salutar a participação dentro da cooperativa, que vem contribuindo muito bem para o desenvolvimento da atividade. Também temos o Núcleo Feminino, pois a mulher traz a família próximo à cooperativa. Isso é um ponto positivo e importante na participação das mulheres na Integrada. A mulher traz os filhos que, por sua vez, a sucessão, pois os filhos começam a aprender desde cedo o que é agricultura e também o que é o cooperativismo. Também quero destacar que a Integrada é uma das primeiras cooperativas – de poucas – que inseriu uma mulher em seu conselho de administração. Nada mais justo para representar as cooperadas em nosso quadro social. No nosso time de 1.800 colaboradores, 20% também é formado por mulheres. Elas estão no campo, na área administrativa e operacional, nas regionais e indústriais. A força da mulher é notável em todos os segmentos e, na agricultura, não é diferente. Tenho certeza que elas continuarão a marcar presença de uma forma ativa dentro da cooperativa.

7) Como o Sr. enxerga a cooperativa em 2025? Como está a preparação dos jovens cooperados?

Prever qualquer coisa em um futuro distante é muito difícil. Mas existem pontos que temos que iniciar. Preparar hoje, para colher no futuro. Isto é, trabalhar a questão da preparação dos jovens na sucessão da atividade, levar a eles o conhecimento sobre o cooperativismo para que eles continuem dentro da cooperativa sob os mesmos princípios que temos hoje, mantendo sempre os nossos valores. Acreditamos que a Integrada estará firme e forte daqui a 25 anos, logicamente influenciada com todas as transformações do tempo. Acompanharemos todas as modernizações, mas nunca esquecendo dos princípios do cooperativismo, que é a cooperação, trabalhando sempre para o cooperado. Nossa atividade, que é produzir alimentos para o Brasil e para o mundo, é nobre e, cada vez mais, a agricultura será reconhecida. Tenho certeza que nós estamos em uma atividade forte tanto no presente, quanto no futuro. A agricultura é uma das poucas atividades que não terá interrupção.

8) Em 1995, ano de fundação da Integrada, vocês imaginaram que, depois de 25 anos, seria uma cooperativa que faturaria bilhões?

No início, pensávamos em apenas sobreviver. Estruturar e atender os cooperados. Nunca imaginávamos que, com 25 anos, pudéssemos estar entre as maiores cooperativas do Brasil. Acredito que isso não deve ter passado pela cabeça de nenhum dos dirigentes. Isso demonstra que o trabalho com dedicação, foco e seriedade, conseguimos atingir patamares que nem imaginamos. Isso foi uma grande lição! Acreditar no propósito e em um sonho, o resultado acaba sendo apenas uma consequência.

9) Com um mercado cada vez mais competitivo, de que forma o cooperativismo tem mostrado o seu diferencial?

No cooperativismo temos que ser eficientes. Cada ação e processo precisa ser realizado com atenção, com o objetivo de melhorar cada passo. Para sermos eficientes, precisamos ter bons processos e, ao mesmo tempo, buscar a redução de custos. Com eficiência, além do diferencial do cooperativismo, que não visa somente a parte do negócio, pois nós enxergamos o cooperado como uma família, chegamos lá. O objetivo da cooperativa é ajudar no desenvolvimento do associado junto à família. O resultado é obtido por meio desse trabalho de melhoria na eficiência da Integrada, que retornará para os próprios cooperados na forma de distribuição de sobras e investimentos que irá beneficiar os próprios produtores na sua entrega da produção. Tudo isso ajuda no desenvolvimento da atividade como um todo. Além disso, o resultado da cooperativa acaba ficando em cada região onde a cooperativa atua, beneficiando toda a comunidade. Esse é o grande diferencial da cooperativa que tende a crescer a cada ano.