Inoculação e Coinoculação

O nitrogênio é o nutriente mais demandado pela cultura da soja. Para se produzir uma tonelada de soja, são necessários cerca de 80 kg de nitrogênio.

A inoculação de estirpes elite de Bradyrhizobium, como na cultura da soja, promove uma de simbiose, onde são capazes de suprir totalmente a demanda da planta por nitrogênio (Embrapa).

Estimativas apontam para contribuições da Fixação Biológica do Nitrogênio da ordem de mais de 300 kg de Nitrogênio por hectare (N/ha), além de 20-30 kg N/ha para cultura seguinte (Hungria et al., 2007).

Já a coinoculação consiste em combinar a prática da inoculação das sementes com bactérias de Bradyrhizobium com a inoculação com Azospirillum, que são bactérias associativas capazes de promover o crescimento das plantas por meio de vários processos, aumentando a área radicular da planta, produzindo hormônios de crescimento como auxinas, giberelinas, citocininas e etileno, possibilitando melhor aproveitamento dos fertilizantes e promovendo maior resistência a estresses (Embrapa).

A incoculação com bradyrhizobium e a coinocuação com Azospirillum são práticas que aumentam a produtividade da soja.

A Embrapa Soja realizou ensaios em Londrina e Ponta Grossa nas safras 2009/2010 e 2010/2011 onde na média de 4 ensaios, a inoculação com bradyrhizobium na semente, resultou em incremento médio de 3,7 sacas por hectare ou 8,4% de produtividade, enquanto que o tratamento da coinoculação com Azospirillum no sulco do plantio resultou em incremento médio de 7,1 sacas por hectare ou 16,1% de produtividade em relação as áreas não inoculadas.

Então, porque ainda não adotamos com maior frequência essas práticas em nossas áreas?

Uma das hipóteses seria que, apesar do baixo custo dos produtos, temos dificuldade de perceber e/ou obter essas diferenças de produtividade, em função da forte interação desses microorganismos com o sistema. Dependem da umidade, temperatura, aeração e correção do pH do solo entre outros fatores. Quanto melhor estruturado e corrigido estiver nosso solo, maior será a resposta a essas práticas.

A equipe de Agricultura de Precisão da Integrada está preparada e à disposição para dar todo suporte nessas situações.

Existe também a dificuldade operacional, visto que essas operações necessitam ser realizadas no dia do plantio, para se obter maior eficiência demandando, com isso, mais tempo e mão de obra, ocasionando atraso no plantio.

Uma das soluções para essa situação seria a aplicação do inoculante em dose superior a 2,5 vezes, no sulco do plantio, junto com a coinoculação do Azospirillum.

Essa prática tem se mostrado a cada dia bastante viabilidade, visto que ainda podemos adicionar outros produtos que podem incrementar a produtividade, conforme ensaios realizados na UDT Integrada.

Soja cultivar BMX Potência RR plantada em 29/10/18 com adubação de     250 kg/ha de 06-30-15 e aplicado insumos no sulco de plantio na calda de      50 lt/ha (Rizobium/Azospirilum/Condicionador de Solos). Resultado em sc/alq.

Nesse ensaio, houve incremento de 4,7% de produtividade no tratamento da aplicação de 5 doses por hectare de Bradyrhizobium + 2 doses por hectare de Azospirillum no sulco do plantio. Quando adicionamos o condicionador de solos 5 litros por hectare (lt/ha) obtivemos incremento de 11,2% de produtividade.

Claudio Nakashima
Coordenador de extensão da UDT – Assaí (PR)